
Conhecida popularmente como “a doença do caramujo”, a esquistossomose é uma infecção parasitária provocada por vermes. A transmissão ocorre quando uma pessoa entra em contato com águas contaminadas por caramujos infectados com o parasita.
A doença pode afetar diversos órgãos, como fígado, intestinos e sistema urinário, e seus sintomas variam de leves a graves, dependendo da intensidade da infecção e do órgão afetado.
No Brasil, estima-se que cerca de 1,5 milhões de pessoas vivem em áreas sob o risco de contrair a doença, de acordo com o Ministério da Saúde. Continue a leitura para saber detalhes das causas, formas de transmissão, tratamento e como prevenir.
Esquistossomose: o que é?
A esquistossomose é uma doença parasitária que está ligada à falta de saneamento adequado, sendo causada pelo parasita Schistosoma mansoni.
A infecção ocorre quando uma pessoa entra em contato com água doce contaminada por caramujos do gênero Biomphalaria que hospedam os vermes responsáveis pela doença.
Quando a pessoa entra em contato com águas contaminadas, as formas infectantes dos parasitas, chamadas cercárias, penetram na pele e se deslocam para órgãos como fígado, intestinos ou bexiga, e podem atingir até mesmo o cérebro.
No Brasil, a esquistossomose é popularmente chamada de "barriga d’água" ou "doença do caramujo".
Como ocorre a transmissão da esquistossomose?
A transmissão da esquistossomose acontece quando um indivíduo infectado, que é o hospedeiro definitivo, excreta os ovos do parasita nas fezes.
Ao entrarem em contato com a água, esses ovos eclodem e liberam larvas que infectam caramujos, que são os hospedeiros intermediários presentes em águas doces.
Depois de aproximadamente quatro semanas, as larvas saem do caramujo na forma de cercárias e ficam livres na água. O ser humano contrai a doença ao entrar em contato com essas águas contaminadas.
Vale ressaltar que a doença não é transmitida diretamente de pessoa para pessoa.
Sintomas da esquistossomose
Os sintomas da esquistossomose variam conforme o estágio da infecção e a gravidade da doença. Na fase inicial, logo após as cercárias penetrarem na pele, podem surgir reações como coceira, erupções cutâneas e febre.
Quando os vermes se alojam nos órgãos, como fígado, intestinos ou sistema urinário, os sintomas podem se intensificar.
Se a infecção atingir os intestinos, podem ocorrer dores abdominais, diarreia e sangue nas fezes. Quando afeta o sistema urinário, pode haver presença de sangue na urina, dor ao urinar e dificuldade para urinar.
Em casos mais graves e prolongados, a esquistossomose pode levar a complicações, como cirrose hepática e hipertensão portal, que são sequelas permanentes.
Fatores de risco
A esquistossomose pode afetar pessoas de todas as idades e sexos, mas existem fatores de risco que aumentam a probabilidade de contrair a infecção, como:
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Presença do caramujo transmissor.
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Contato com águas contaminadas.
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Realização de tarefas domésticas em águas infectadas, como lavar roupas.
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Residência em áreas com falta de saneamento básico.
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Moradia em regiões sem acesso à água potável.
Exames indicados para o diagnóstico da esquistossomose
O diagnóstico da esquistossomose pode ser realizado por meio da identificação dos ovos do parasita nas fezes do indivíduo doente.
Além disso, o médico pode solicitar testes sorológicos em amostras de sangue, e, nos casos mais graves, pode ser indicada a ultrassonografia para avaliar danos em órgãos, como o fígado. Outros exames de imagem podem ser necessários para a avaliação dessa condição.
O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento eficaz e para prevenir complicações mais graves.
Formas de tratamento para a esquistossomose
O tratamento da esquistossomose é feito principalmente com o uso de medicamentos antiparasitários, que visam eliminar os vermes adultos no corpo, aliviando os sintomas e prevenindo complicações.
Em casos mais graves ou crônicos, quando já ocorreram complicações, como cirrose hepática, o tratamento pode envolver cuidados adicionais, como terapias específicas para as condições e acompanhamento médico contínuo.
Formas de prevenção
A prevenção da esquistossomose está focada principalmente em evitar o contato com águas contaminadas. Algumas ações são importantes para prevenir a doença:
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Melhoria do saneamento básico, ou seja, dar acesso a água potável e sistemas de esgoto adequados para prevenir a contaminação das águas com fezes humanas.
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Evitar o contato com água doce em que há presença do caramujo.
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Controle de caramujos.
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Tratamento preventivo em áreas de risco. A administração de medicamentos à população em regiões endêmicas pode ajudar a controlar a disseminação da infecção.
Qual médico procurar?
O médico mais indicado para diagnosticar e tratar a esquistossomose é o infectologista, especialista em doenças infecciosas e parasitárias. Esse profissional é capacitado para identificar os sintomas, realizar os exames necessários e prescrever o tratamento adequado para a infecção.
Fonte: Dra. Luísa Chebabo - Infectologista