Autora: Dra. Maria Isabel de Moraes Pinto
Médica infectologista
Herpes Zóster é o nome da condição causada pela reativação do vírus varicela zóster no organismo, o mesmo causador da catapora.
A infecção é caracterizada pelo surgimento de erupção cutânea dolorosa ou vesículas (pequenas bolhas) na pele, assim como outros sintomas. Caso seja diagnosticada precocemente e o tratamento seja feito de forma adequada, as chances de complicações são reduzidas.
O que é herpes zóster?
Popularmente conhecido como cobreiro, o Herpes Zóster é uma infecção viral que ocorre devido ao vírus varicela zóster, o mesmo que causa a varicela (catapora).
Pessoas com o sistema imunológico enfraquecido, como portadores de HIV e outras doenças, são ainda mais suscetíveis.
Além disso, é possível que, mesmo após o desaparecimento, a infecção volte.
O que causa herpes zóster?
Quando um paciente é acometido pela catapora em algum momento da vida, o vírus causador permanece no organismo humano.
Em determinada época da vida, principalmente em pacientes com mais de 50 anos de idade, é possível que ele volte a se multiplicar no organismo, causando complicações que podem ser bastante graves se não diagnosticadas e tratadas rapidamente.
Herpes zóster é contagioso?
Sim, a doença pode ser transmitida através do contato próximo com lesões presentes na pele da pessoa infectada. Por isso, caso haja suspeita da doença, o paciente deverá procurar um médico.
Quais são os sintomas de herpes zóster?
Os sintomas mais comuns de herpes zóster são:
- Lesões cutâneas, normalmente localizadas e restritas a um lado do corpo;
- Ardor e coceira local;
- Febre;
- Dor de cabeça;
- Mal-estar;
- Dor intensa no local em que as lesões de pele se formaram;
- Parestesias (formigamento, agulhadas e adormecimento).
Herpes zóster é perigoso? Quais são as complicações?
Na maioria das vezes, a doença evolui para cura espontânea no período de 2 a 4 semanas. Entretanto, algumas complicações podem ocorrer:
- Neuralgia pós-herpética (NPH): esta é a complicação mais frequente do herpes zóster. Trata-se de uma dor tipo neuropática, ou seja, o acometimento dos nervos sensitivos e que persiste mesmo após a resolução das lesões de pele;
- Infecção bacteriana secundária de pele causadas por bactérias como Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes e que se manifestam como impetigo, abscesso, celulite e erisipela. Podem, em algumas situações evoluir para quadros mais graves como sepse, artrite e pneumonia;
- Síndrome de Ramsay Hunt: é quando o herpes zóster acomete a face, podendo causar paralisia do rosto, dor de ouvido, perda auditiva, vertigem, zumbido no ouvido, mudança ou perda do paladar e dificuldade em fechar um olho.
Herpes zóster: vacina e prevenção
Atualmente existem duas vacinas capazes de prevenir o herpes zóster:
- Vacina Herpes Zóster Recombinante (Shingrix): Trata-se de uma vacina inativada, que é composta de uma proteína (glicoproteína E) do vírus da varicela zoster associada a um adjuvante. A vacina é aplicada em duas doses com intervalo de 2 meses entre as aplicações.
É recomendada para:
- adultos com 50 anos ou mais;
- adultos com 18 anos de idade ou mais que tenham uma condição de imunossupressão.
- Vacina Herpes Zóster (Zostavax®): Trata-se de uma vacina viva atenuada que está indicada apenas para pacientes com mais de 50 anos. Por se tratar de vacina viva atenuada, não pode ser administrada a pessoas com condição de imunossupressão.
Como é feito o tratamento?
Para tratar o herpes zóster, são utilizados medicamentos. O melhor tratamento a ser seguido é definido pelo médico, uma vez que a automedicação nunca é indicada.