A ardência ao urinar é um sinal que pode apontar para diversas condições que impactam o trato urinário. Médicos se referem a esse sintoma como disúria. Identificar a causa de forma rápida e precisa é fundamental para prevenir complicações futuras. Continue a leitura e saiba mais sobre o assunto.
Ardência ao urinar: possíveis causas
A razão mais comum para a sensação de ardência ao urinar é a infecção urinária, ou seja, do trato urinário. Ela acontece quando bactérias entram no trato urinário, causando inflamação. Mas há outras possíveis causas para o incômodo como:
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Candidíase: esse tipo de infecção fúngica, causada pelo crescimento excessivo do fungo Cândida, pode gerar ardência ao urinar, especialmente em mulheres.
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Prostatite: a inflamação da próstata, conhecida como prostatite, pode gerar ardência após urinar.
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ISTs (Infecções sexualmente transmissíveis): como gonorreia, clamídia, herpes genital e tricomoníase, podem causar ardência ao urinar. Essas infecções são transmitidas pelo contato sexual desprotegido e são causadas por bactérias, vírus ou outros microrganismos.
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Hiperplasia prostática benigna: essa condição ocorre devido ao aumento do tamanho da próstata, mais comum em homens mais velhos.
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Pedra na bexiga: cálculos na bexiga podem irritar a parede do órgão e causar obstruções, provocando a sensação de ardência ao urinar. Esse problema costuma surgir em pacientes com calculose renal, quando o cálculo desce para a bexiga.
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Cálculo renal: popularmente conhecidos como pedras nos rins, os cálculos renais podem provocar ardência ao urinar, especialmente quando bloqueiam o trato urinário ou causam irritação na uretra e bexiga.
Como são os sintomas da ardência ao urinar?
Os sintomas irão depender da causa da ardência ao urinar. Se for uma infecção urinária, os sintomas geralmente incluem, além da ardência, dor, aumento da frequência e urgência para urinar, presença de sangue na urina, febre, calafrios e mal-estar.
Já se a ardência for causada por candidíase, os sintomas podem incluir coceira intensa na área íntima, vermelhidão, corrimento branco e espesso, e desconforto durante relações íntimas. No caso das mulheres, é comum também a sensação de ardência vaginal, que pode ser bastante incômoda.
Em casos de prostatite, além da ardência, outros sintomas incluem sangue no esperma, dor na região inferior do abdome ou ao redor do ânus e aumento da frequência urinária e, também, febre, calafrios e mal-estar.
No caso de uma IST, os sintomas comuns podem incluir corrimento amarelado com odor forte, sangramento, dor ao urinar e sensação de coceira na região íntima.
Na hiperplasia prostática benigna, pode haver sintomas como jato urinário fraco, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga e gotejamento após urinar.
Por fim, nos casos de pedra na bexiga ou cálculo renal, é comum que o indivíduo sinta dor ou ardência ao urinar. Além disso, esses cálculos podem levar a infecções urinárias, provocando sintomas como febre, calafrios, dor na região lombar e pélvica e urina turva com odor desagradável.
Quando procurar por um médico?
Ao perceber uma sensação de ardência ao urinar, é fundamental procurar orientação médica para investigar as causas e iniciar o tratamento apropriado, principalmente, se a ardência persistir por mais de dois ou três dias, ou for acompanhada de outros sintomas. Os especialistas indicados nesses casos são o urologista (para os homens) ou o ginecologista (para as mulheres).
Como é o diagnóstico das causas para a ardência ao urinar?
Para diagnosticar as causas da ardência ao urinar, o médico inicia com uma análise detalhada dos sintomas e do histórico do paciente, verificando, por exemplo, se a ardência ocorre em todas as micções.
Durante a consulta, também pode ser realizado um exame físico, com foco nas áreas pélvica, genital e abdominal, para identificar sinais visíveis de problemas.
Em seguida, é comum que o especialista solicite uma análise de urina, que pode revelar infecções ou inflamações no trato urinário, ou um exame denominado urocultura, que avalia uma amostra de urina para detectar a presença de bactérias. Além de auxiliar no diagnóstico da condição, o exame também identifica a bactéria responsável pela infecção, o que contribui para determinar o tratamento mais adequado.
Em casos específicos, exames de imagem, como ultrassonografia ou tomografia, são indicados para avaliar a estrutura do sistema urinário e identificar possíveis obstruções.
Formas de tratamento
O tratamento para a ardência para urinar irá variar de acordo com a causa identificada. A seguir, entenda como é feito cada uma delas.
Infecção urinária
O tratamento envolve geralmente o uso de antibióticos, prescritos com base no tipo de bactéria identificada e na gravidade da infecção. Além disso, aumentar a ingestão de líquidos ajuda a diluir a urina e a eliminar as bactérias.
O tratamento deve ser precoce para evitar que a infecção urinária baixa progrida para pielonefrite, que ocorre quando as bactérias se movem da bexiga para os rins, resultando em uma situação mais séria.
Candidíase
O tratamento depende da gravidade da infecção e pode incluir antifúngicos tópicos ou sistêmicos, por via oral.
Prostatite
Nesse caso, o tratamento varia conforme o tipo de prostatite (aguda ou crônica) e pode incluir antibióticos para prostatite bacteriana analgésicos e anti-inflamatórios para aliviar a dor e o desconforto.
IST
O tratamento depende do agente causador e envolve geralmente o uso de antibióticos para combater os microrganismos; uso de antirretrovirais para tratar infecções virais, como herpes genital e HIV. Além disso, medicamentos tópicos, como cremes, para tratar a área afetada.
Hiperplasia prostática benigna
O tratamento varia conforme a gravidade dos sintomas e a condição geral do paciente. Algumas opções incluem reduzir a ingestão de líquidos antes de dormir, evitar bebidas alcoólicas e cafeína.
Medicamentos podem ser prescritos para relaxar os músculos da bexiga, ou que ajudam a reduzir o tamanho da próstata. Em casos mais severos, pode ser necessária uma cirurgia.
Cálculos renais e pedras na bexiga
A conduta depende do tamanho e da localização das pedras. Nesse sentido, beber bastante água ajuda a expulsar pequenas pedras, associados a analgésicos e anti-inflamatórios. Ainda existem tratamentos não invasivos, como litotripsia, que utiliza ondas de choque para quebrar as pedras, além da cirurgia para pedras grandes ou se houver complicações.
Vale ressaltar que é fundamental consultar um profissional de saúde para um diagnóstico preciso e um tratamento adequado para cada uma dessas condições.
Autora: Dra.Cristina Khawali - endocrinologista e diretora médica de análises clínicas na Dasa