Gordura no fígado: condição pode evoluir para hepatite, fibrose e até cirrose

Gordura no fígado

 

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A gordura no fígado compromete o funcionamento do órgão e pode causar diversas complicações, como cirrose e câncer. Estima-se que cerca de 30% da população adulta brasileira apresente a condição. A seguir, veja detalhes dos sintomas, graus e como é o diagnóstico e tratamento.  

 

Gordura no fígado: o que é?

A gordura no fígado, também conhecida como esteatose hepática, é uma condição caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura nas células do órgão.

Embora muitas pessoas possam não apresentar sintomas nos estágios iniciais, ela pode evoluir para problemas mais graves, como hepatite, fibrose e até cirrose, se não for tratada adequadamente.

Existem duas principais categorias de esteatose hepática: a esteatose hepática não alcoólica e a esteatose hepática alcoólica. A primeira é frequentemente associada a condições metabólicas, como síndrome metabólica e resistência à insulina, enquanto a esteatose hepática alcoólica resulta do consumo excessivo de bebidas alcoólicas.  

 

O que causa o acúmulo de gordura no fígado?  

As causas da gordura no fígado variam e podem incluir: 

  • Obesidade.  

  • Diabetes tipo 2.  

  • Consumo de bebidas alcóolicas em excesso.  

  • Dieta inadequada, com açúcares, gorduras saturadas e calorias em excesso. 

  • Sedentarismo.  

  • Uso de alguns medicamentos, como corticosteroides ou alguns quimioterápicos.  

 

Graus da esteatose hepática 

A esteatose hepática é classificada em três graus, com base na quantidade de gordura acumulada nas células do fígado. Veja detalhes abaixo:  

Grau 1 (leve) 

Há um pequeno acúmulo de gordura no fígado, afetando até cerca de 30% das células hepáticas. Geralmente, não há sintomas e a condição pode ser reversível com mudanças no estilo de vida, como dieta e exercício físico. 

Grau 2 (moderado) 

O acúmulo de gordura é maior, atingindo entre 30% e 60% das células do fígado. Embora os sintomas possam não ser significativos, o risco de inflamação e danos ao fígado começa a aumentar, exigindo uma intervenção mais rigorosa para evitar a progressão da doença. 

Grau 3 (severo) 

Neste estágio, mais de 60% das células do fígado estão repletas de gordura. O risco de complicações graves - como a esteatohepatite não alcoólica (EHNA), que pode levar à cirrose - aumenta e torna urgente a adoção de medidas para o tratamento e controle da condição. 

 

Sintomas da gordura no fígado

Para a maioria das pessoas, esse acúmulo de gordura não causa sinais ou sintomas. Isto torna a doença perigosa, pois pode evoluir silenciosamente e culminar com um diagnóstico em fase mais avançada. Por isso, o acompanhamento periódico para uma detecção precoce é fundamental.   

 
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Quais são os riscos da gordura no fígado?

A gordura no fígado pode resultar em diversos riscos e complicações se não for tratada de forma adequada. Um dos principais problemas é a inflamação hepática, conhecida como hepatite (neste caso, esteatohepatite), que é detectável geralmente através de exames laboratoriais mostrando alteração de enzimas hepáticas.

Com o tempo, essa inflamação crônica pode evoluir para fibrose, no qual o tecido saudável do fígado é substituído por tecido cicatricial, comprometendo sua função. Em estágios mais avançados, ocorre instalação de cirrose, uma condição grave que pode resultar em insuficiência hepática e exigir um transplante de fígado.

Além dessas complicações, a presença de gordura no fígado está associada a um risco aumentado de câncer hepático. Por fim, os sintomas, como fadiga e desconforto, podem impactar negativamente a qualidade de vida do indivíduo.  

 

Exames indicados para avaliar os níveis de gordura no fígado

Para avaliar os níveis de gordura no fígado, diversos exames podem ser indicados, tais como: 

  • Exames de sangue: ajudam a detectar níveis elevados de enzimas hepáticas, que podem indicar danos ao fígado.  

  • Ultrassonografia abdominal: ajuda na visualização do fígado e a identificar a presença de gordura. 

  • Tomografia computadorizada: avalia a composição do fígado e detecta o acúmulo de gordura.  

  • Ressonância magnética: quantifica com precisão a gordura no fígado, além de fornecer informações sobre a saúde geral do órgão. 

  • Biópsia hepática: pode ser realizada para avaliar a quantidade de gordura e verificar a presença de inflamação ou fibrose.  

  • Elastografia: avalia de forma não invasiva a presença de fibrose, e pode quantificar a esteatose.   

 

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Tratamentos para a gordura no fígado

Os tratamentos para a gordura no fígado visam, principalmente, a reversão da condição e a prevenção de complicações.

A abordagem inicial geralmente envolve mudanças no estilo de vida, como a adoção de uma dieta equilibrada e nutritiva, rica em frutas, vegetais e grãos integrais, enquanto se reduz o consumo de gorduras saturadas e açúcares.

Os pacientes com esteatose, particularmente esteatohepatite, não devem fazer consumo abusivo de álcool e não devem utilizar medicações e chás sem receita médica. O tratamento farmacológico específico com drogas que diminuem a inflamação (esteatohepatite) e/ou fibrose pode ser necessário, devendo ser avaliado individualmente pelo médico.

Em situações graves, como a cirrose, pode ser necessário um acompanhamento mais rigoroso e, em alguns casos, um transplante de fígado.  

 

Formas de prevenir a gordura no fígado

A prevenção da gordura no fígado envolve a adoção de hábitos saudáveis. Uma alimentação balanceada é fundamental, assim como uma hidratação adequada e perder peso.  

A prática regular de exercícios físicos também desempenha um papel importante na melhora da saúde metabólica e na queima de gordura. Ela também pode ajudar no manejo do estresse, que também ajuda a manter a saúde do fígado.  
 
Dormir bem também é importante para a saúde do fígado, pois a falta de sono pode atrapalhar o desempenho da insulina.

Outro aspecto importante da prevenção é parar o consumo de bebidas alcoólicas, já que o álcool pode agravar a condição hepática e hoje os médicos já afirmam que não existe uma quantidade segura de consumo. 
 
Vale ressaltar que realizar exames médicos regulares e testes de sangue ajuda a monitorar os níveis de colesterol e glicose, permitindo uma detecção precoce de problemas hepáticos e a investigação de doenças metabólicas como diabetes e dislipidemia 

 

Qual médico procurar?

Se for confirmado o diagnóstico de gordura no fígado ou se houver complicações, o ideal é consultar um hepatologista, que é o especialista em doenças do fígado.

 

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Autora: Dra. Natália Trevizoli - médica hepatologista

 

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