A pelagra é uma condição de saúde provocada pela deficiência de niacina, também conhecida como vitamina B3, e de seu precursor, o triptofano. A palavra "pelagra" significa "pele áspera", devido a um dos principais sintomas da doença, que envolve lesões na pele. Continue a leitura para saber detalhes dos sintomas, como é feito o diagnóstico e o tratamento.
Pelagra: o que é?
A pelagra é uma doença nutricional causada pela deficiência de niacina, conhecida também como vitamina B3, ou pela insuficiência de triptofano, um aminoácido que o corpo pode converter em niacina.
Ambos os nutrientes são fundamentais para o metabolismo energético e o funcionamento adequado do sistema nervoso.
Essa condição é historicamente associada a regiões ou populações que têm acesso limitado a alimentos ricos em niacina, como carnes, peixes, grãos integrais e leguminosas, levando a uma ingestão inadequada desses nutrientes.
O que causa a pelagra?
A pelagra ocorre principalmente devido à falta de niacina (vitamina B3) ou de triptofano, um aminoácido que o corpo consegue converter em niacina. Esse tipo de deficiência nutricional é comum em dietas que não incluem alimentos ricos nesses nutrientes.
Além disso, algumas condições médicas que afetam a absorção de nutrientes podem causar a condição, como algumas doenças intestinais (como a doença de Crohn) e o alcoolismo. Estima-se que até 30% de pessoas com alcoolismo apresentem sintomas da condição.
Alguns medicamentos também interferem na absorção de niacina, o que pode aumentar a probabilidade de desenvolver a pelagra.
Qual a função da niacina (vitamina B3)?
A niacina desempenha um papel fundamental no metabolismo e na produção de energia no corpo, auxiliando nas funções celulares e no equilíbrio químico necessário para o bom funcionamento do sistema nervoso, pele e sistema digestivo.
Veja detalhes abaixo da função da niacina no organismo:
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Converte carboidratos, gorduras e proteínas em energia para o corpo.
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Participa na produção de enzimas que ajudam na reparação do DNA e regulam processos celulares, protegendo a integridade genética das células.
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Contribui para o equilíbrio dos níveis de colesterol e triglicerídeos, ajudando a reduzir o risco de doenças do coração.
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Apoia o funcionamento do sistema nervoso, auxiliando em processos cognitivos e neurológicos.
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Mantém a pele saudável, protegendo-a contra inflamações e contribuindo para a cicatrização.
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Ajuda o corpo a gerenciar respostas inflamatórias, auxiliando na defesa contra infecções e lesões.
Sintomas de pelagra
A pelagra apresenta três sintomas principais conhecidos como os “3 Ds”: dermatite, diarreia e demência. Eles podem aparecer da seguinte forma:
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Dermatite: as lesões na pele surgem geralmente em áreas expostas ao sol, como o rosto, as mãos e o pescoço. A pele pode ficar vermelha, áspera, descamativa e com aparência semelhante a queimaduras, podendo desenvolver fissuras e feridas.
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Diarreia: a pessoa apresenta diarreia persistente, perda de apetite, náuseas e desconforto abdominal. Geralmente, a condição resulta da inflamação da mucosa intestinal.
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Demência: alterações no sistema nervoso e no comportamento podem ocorrer, como confusão mental, irritabilidade, depressão, insônia e, em casos avançados, demência.
Exames indicados para o diagnóstico da pelagra
O diagnóstico de pelagra é clínico e envolve a observação dos sintomas característicos, como dermatite, diarreia e alterações neurológicas.
O médico avalia o histórico alimentar e de saúde do paciente, identificando possíveis deficiências nutricionais ou condições que prejudicam a absorção de niacina, como doenças intestinais ou alcoolismo.
Em seguida, solicita exames laboratoriais, como exame de sangue, para medir os níveis de niacina e outros indicadores nutricionais.
Além disso, o exame de urina ajuda a avaliar a excreção de produtos de niacina. E a biópsia da pele pode identificar alterações características da pelagra, principalmente em casos com dermatite severa.
Exames de função hepática, como hepatograma, são essenciais para avaliar a saúde do fígado, pois doenças hepáticas podem afetar a absorção de nutrientes.
Por fim, em casos de histórico de problemas intestinais, exames de imagem ou endoscopias podem ajudar a identificar condições que comprometem a absorção de vitaminas.
Alimentos fontes de vitamina B3
As principais fontes de vitamina B3, ou niacina, incluem carnes e aves, como peito de frango e carne de porco, além de peixes como atum e salmão. Grãos integrais, leguminosas, nozes e sementes, como amendoim e castanhas, também são boas opções.
Laticínios, incluindo leite e queijo, e vegetais como batata e brócolis, contêm quantidades menores de niacina. Além disso, alguns cereais matinais são enriquecidos com essa vitamina.
Formas de tratamento para a pelagra
O tratamento da pelagra concentra-se na correção da deficiência de niacina e no controle dos sintomas. A principal estratégia é a suplementação de niacina, que pode ser administrada em doses específicas dependendo da gravidade da condição. Além disso, claro, é fundamental aumentar a ingestão de alimentos ricos em niacina.
Vale destacar que, caso a pelagra esteja relacionada a condições de saúde, como alcoolismo ou doenças intestinais, é importante tratar esses problemas para melhorar a absorção de nutrientes e prevenir recorrências.
O acompanhamento médico é fundamental para monitorar a resposta ao tratamento, ajustar a dosagem de suplementos e garantir a recuperação do indivíduo.
Como prevenir a pelagra?
A prevenção da pelagra envolve uma dieta equilibrada rica em niacina e triptofano, com alimentos como carnes magras, peixes, grãos integrais, leguminosas, nozes e laticínios.
Além disso, é importante monitorar grupos em risco, como pessoas com alcoolismo ou doenças intestinais. A suplementação de niacina pode ser recomendada sob orientação médica para aqueles com dietas restritivas.
O acompanhamento regular com profissionais de saúde ajuda a identificar deficiências antes que se tornem graves.
Quando procurar por um médico?
É importante consultar um médico ao apresentar sintomas da pelagra, como dermatite persistente, diarreia frequente ou alterações neurológicas, como confusão mental e irritabilidade. A combinação desses sintomas pode indicar deficiência de niacina e requer avaliação profissional.
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Autora: Melissa Maeda - dermatologista
